Quais são os principais desafios de gerir uma cooperativa?

Publicada 12/01/2021

Quem deseja empreender ou trabalhar como gestor de empresas precisa conhecer bem o mercado em que atua, suas especificidades, bem como as ferramentas de gestão de pessoas, controle financeiro, qualidade, entre outras.

Na gestão de cooperativas não é diferente. Esse modelo de negócio tem características próprias que o diferem de empresas tradicionais e é preciso estar atento a elas para ter sucesso.e é sobre isso que iremos falar no artigo de hoje.

 

O que torna as cooperativas diferentes?

Cooperativas são empresas, mas nem toda empresa é uma cooperativa. O que isso quer dizer? Enquanto todo negócio precisa seguir algumas regras básicas de administração para crescer e ter lucro, as cooperativas também devem seguir alguns princípios próprios, como os 7 princípios do cooperativismo:

  1. Adesão voluntária e livre;
  2. Gestão democrática;
  3. Participação econômica dos membros;
  4. Autonomia e independência;
  5. Educação, formação e informação;
  6. Intercooperação;
  7. Interesse pela comunidade.

Seguir estes princípios exige preparo dos gestores, que devem entender o papel de cada um deles e como aplicá-los na prática. Devido a sua importância, muitas das peculiaridades de se gerir cooperativas advém deles.

Agora vamos ver quais são as principais dificuldades na administração de cooperativas.

 

Os desafios da gestão de cooperativas

 

  1. Formação de lideranças

A formação de lideranças é um problema que atinge muitas cooperativas. Como a gestão deve ser democrática e participativa, ela exige dos gestores uma maior capacidade de comunicação, trabalho em equipe, capacidade de ouvir atentamente o próximo e pensamento voltado para o coletivo.

Porém, em uma empresa, um mesmo presidente pode ficar por anos a frente dos negócios, enquanto em cooperativas é comum o rodízio de gestão, onde cada presidente exerce mandatos por uma quantidade específica de anos.

Isto torna necessário uma formação constante de lideranças que entendam a importância de manter as conquistas das gestões anteriores, mas que consigam ver oportunidades de negócios em áreas menos exploradas pela última gestão.

É preciso evitar que questões pessoais, políticas ou até mesmo de ego interfiram nas decisões.

  1. Falta de profissionalização

A educação é um dos pilares do cooperativismo, no entanto, a falta de profissionalização pode ser um grande desafio.

Ao pensar em profissionalização, muitos cooperados pensam na área de atuação do negócio: saúde, agricultura ou educação, por exemplo. No entanto, também é preciso investir na profissionalização em gestão.

Como pudemos ver até agora, a gestão de cooperativas tem suas idiossincrasias, por isso é importante investir em cursos voltados para cooperativas, que irão tratar das dores e das oportunidades do cooperativismo.

  1. Falta de governança corporativa

A governança corporativa é um sistema de direção, monitoramento e incentivo. Isto é, ela trata de uma série de medidas tomadas para direcionar o trabalho de uma corporação rumo aos seus objetivos de longo prazo, além de fazer o acompanhamento das medidas implementadas e incentivar a sua aplicação no dia a dia.

As principais vantagens da implantação de políticas de governança em cooperativas são:

  1. Resolução ágil de conflitos
    Por mais cauteloso que seja um planejamento de uma cooperativa, alguns conflitos certamente surgirão na sua administração. Por isso, uma governança corporativa prevê um plano para a resolução desses conflitos. Em um momento de crise, quando decisões devem ser tomadas sob pressão e com rapidez, é necessário ter um protocolo para se basear — e essa é uma das vantagens de um plano de governança.

    2. Priorização dos interesses do negócio
    Como vimos, a cooperativa fornece aos cooperados uma maleabilidade maior de decisões. Isso pode deixar a administração mais solta, o que, a longo prazo, tem o potencial de desestabilizar seus objetivos principais. Por isso, seguir um plano regular de reuniões e atribuição de tarefas — o que é fornecido pela governança — pode ser um bom norteador de decisões.

    3. Confiabilidade
    A governança corporativa permite guiar os esforços administrativos das empresas em prol de seus objetivos a longo prazo. No caso das cooperativas, duas das metas mais almejadas são: a satisfação e a confiança do cliente.

    Nesse sentido, a governança corporativa garante ao cliente que todos os processos internos da cooperativa seguem uma organização predeterminada. Construindo essa relação de confiança, você dá a ele a segurança de que as demandas e solicitações serão atendidas com o máximo de zelo e cuidado. Essa é a melhor maneira de fidelizar os clientes da cooperativa — e, consequentemente, melhorar seu sucesso no mercado.

Ou seja, a ausência de uma política de governança corporativa pode impedir a adoção de medidas importantes para o desenvolvimento e amadurecimento da cooperativa.

E por que ela é um dos desafios das cooperativas? Porque sua implementação depende diretamente do comprometimento de todos os cooperados e gestores, de líderes capacitados e de uma boa formação (para entender mais profundamente como aplicá-la de acordo com a realidade de cada cooperativa). E, como vimos, todos estes itens são algumas das dificuldades encontradas na gestão de cooperativas.

4. Modelos de gestão poucos flexíveis

Com o desenvolvimento de novas tecnologias e a chamada Indústria 4.0, é preciso desenvolver formas de gestão mais flexíveis.

Isto acontece devido a velocidade das mudanças, que traz oportunidades a todo momento, mas também pode gerar as chamadas “bolhas”, que destroem ramos inteiros quando estouram.

Para se resguardar sem perder oportunidades, é preciso ter uma equipe de gestão atenta às mudanças e capaz de perceber onde e como investir. Também é importante conhecer e saber aplicar novas ferramentas de gestão e business intelligence, que ajudam a ver o seu negócio com mais profundidade. Por fim, para reter talentos é preciso mais do que um bom salário, de forma que a gestão de pessoas também precisa ser menos tradicional e mais adaptada ao mercado atual.

 

Como superar estes desafios?

A capacitação em gestão de cooperativas é a melhor maneira de conhecer as ferramentas necessárias para deixar estas questões no passado.

Em uma graduação ou pós voltada para a Gestão de Cooperativas, por exemplo, é possível discutir estudos de caso, em que o aluno pode aplicar na prática os conhecimentos adquiridos nas aulas mais teóricas, entendendo assim como aplicar os novos conceitos aprendidos.

Outra vantagem é a possibilidade de conhecer outros gestores e a realidade de diferentes cooperativas, que podem ter passado por problemas similares aos da sua e oferecer ideias criativas de como superá-los.

Uma boa oportunidade de capacitação é o MBA em Gestão de Cooperativas da Faculdade Unimed.  Nele você irá ter uma visão ampla em Gestão de Cooperativas, desenvolvendo assim uma maior eficiência no processo decisório e na formulação de estratégias de gestão junto as sociedades cooperativas. 

Além disso, são trabalhadas habilidades como a capacidade de analisar, estruturar e sintetizar as informações relacionadas à área de gestão e governança, comunicação, planejamento e liderança com maior compreensão sobre das especificidades das sociedades cooperativas, tanto em relação ao referencial teórico-metodológico, quanto à práxis cooperativa e sua realidade organizacional.

Caso você não tenha ensino superior ou queira fazer uma nova graduação voltada para a administração, há o curso de graduação em Gestão de Cooperativas, em que você verá desde os princípios mais básicos do cooperativismo e da administração, até as habilidades necessárias para se tornar um profissional preparado para o mercado de trabalho.

Para saber qual dos dois tem mais a ver com o seu momento profissional e as suas necessidades, entre em contato com um dos nossos consultores.




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