A gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) é um grande desafio para estabelecimentos de saúde e operadoras de planos de saúde. Isso acontece porque são materiais que representam um alto custo, envolvem diferentes atores no processo e uma série de exigências. Assim, qualquer erro na indicação, aquisição, transporte, armazenamento ou utilização desses itens pode significar atrasos na assistência, prejuízos financeiros ou ações judiciais.
Nesse contexto, é essencial contar com uma equipe que tenha conhecimento especializado nessa área para que sejam aplicadas as melhores práticas, garantindo, assim, a sustentabilidade financeira da instituição.
Quer entender melhor o que significa OPME, quem deve fazer parte da equipe responsável por essa área e a importância da qualificação para fazer a gestão eficiente desses produtos? Continue a leitura e descubra também os desafios desse segmento!
O que é OPME?
São insumos voltados para a assistência à saúde e utilizados em intervenção médica de alta complexidade, reabilitação e procedimentos terapêuticos.
A gestão nessa área é complexa, visto que os materiais apresentam custos muito elevados. Além disso, existe ainda a falta de padronização e definição de preço desses itens, dificultando a aquisição. Sem contar que é um processo que envolve muitos atores — como médico, paciente, hospital, equipe administrativa, fabricantes e distribuidores desses insumos.
O caminho percorrido por esses materiais até o paciente requer o cumprimento de uma série de exigências e cuidados, como transporte, armazenamento, equipamentos e instrumentos específicos para sua implantação — além de uma equipe médica altamente especializada para manejá-los.
Dessa forma, a área de OPME de uma instituição de saúde deve objetivar:
- segurança do paciente;
- relação custo-benefício dos materiais;
- boa negociação com distribuidores;
- eficiência operacional;
- logística do processo;
- redução de desperdícios.
Por que estudar essa área é importante?
Para que o hospital ou outra instituição de saúde consiga gerir adequadamente toda a cadeia que envolve OPME, é fundamental contar com uma equipe qualificada e multidisciplinar que tenha todo o conhecimento administrativo e técnico para lidar com esses insumos. Isso é necessário porque é crescente o uso desses materiais, porém ainda existe muita dificuldade para que o processo de compra seja o mais eficiente e vantajoso para a instituição.
É importante que os gestores tenham as competências para realizar as melhores negociações com fornecedores, além de fazer uma avaliação de custos e controle de qualidade. O que se observa também é o aumento da judicialização envolvendo as questões de OPME, o que acarreta gastos e dor de cabeça para o estabelecimento de saúde.
Dessa forma, médicos, profissionais de saúde e gestores que buscam uma capacitação — principalmente em Auditoria em OPME — encontram boas oportunidades profissionais, devido à complexidade dessa área.
Profissionais que trabalham nos departamentos de cadastramento, faturamento, atendimento em OPME de operadoras de planos de saúde também podem se beneficiar com cursos de atualização.
Como deve ser a equipe que trabalha com OPME?
A equipe de OPME deve ser multidisciplinar e analítica, formada por profissionais das áreas:
- médica;
- administrativa;
- jurídica;
- de auditoria.
É importante que seja realizada, em primeiro lugar, uma avaliação da necessidade de compra de uma órtese, prótese ou material especial. Depois, o profissional da especialidade precisa analisar se há coerência com o pedido do material e com o procedimento médico indicado.
Destaque para o papel da auditoria em OPME, que tem a responsabilidade de verificar os contratos em busca de erros ou pontos que precisam ser reavaliados. O auditor analisa também se há o cumprimento das exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula sua utilização e verifica ainda se os procedimentos atendem às boas práticas.
No hospital, é também importante ter uma equipe treinada para fazer o armazenamento correto desses materiais, evitando perdas.
Quais são os desafios ao lidar com esses materiais?
As OPMEs envolvem alto custo para a instituição de saúde e um processo de compra em que faltam padronização de produtos e fixação de preços. Por isso, trata-se de uma relação delicada com a empresa fornecedora para garantir uma compra de um item de qualidade, seguro e que será entregue no prazo combinado.
Nesse caso, a logística é outro desafio quando se trata desses produtos, pois falhas da distribuidora podem prejudicar o abastecimento do hospital, gerando problemas para o paciente, equipe médica e operadoras de planos de saúde.
Para evitar erros no caminho percorrido pelo material, desde a negociação até o uso em um procedimento complexo, é fundamental:
- avaliar tecnicamente a indicação do procedimento, do item e de sua quantidade antes de fazer a compra e autorizar a cirurgia ou tratamento;
- cotar valores com, no mínimo, três empresas fornecedores de OPMEs regularizadas na Anvisa;
- ter uma lista de fornecedores confiáveis, que sejam ágeis na entrega e trabalhem com prazos razoáveis de pagamento para que a instituição possa se programar com essas despesas.
Nos hospitais, a equipe de suprimentos deve ter um controle de estoque para evitar a falta desses materiais no momento em que forem solicitados, trabalhando, assim, para manter uma quantidade mínima. Outro ponto de atenção é que a imprevisibilidade de uso desses itens pode gerar prejuízos.
Além disso, é importante que a instituição tenha um rígido controle de uso, evitando, por exemplo, um consumo maior de determinado item só porque está disponível.
O aprimoramento tecnológico de OPME é também outro desafio para o gestor, pois além do conhecimento de mercado, é imprescindível acompanhar a atualização desses materiais. Assim, ele garante a compra de um item de melhor qualidade e evita perdas de materiais que se tornaram obsoletos.
Trabalhar com OPME exige um controle sobre todas as etapas de compra e utilização desses materiais de alto custo. Dessa maneira, é fundamental que operadoras de planos de saúde e hospitais contem com uma equipe capacitada nessa área, que saiba ter coerência nas negociações e preze pela transparência e agilidade em todos os processos.
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