Dados internacionais nos alertam que os custos da atenção à saúde têm aumentado. Os motivos são vários, abrangendo desde o surgimento de novas tecnologias na Medicina até o crescimento da incidência de doenças crônicas. Esse cenário — impulsionado pelo avanço científico e aumento da longevidade — apresenta alguns desafios, entre eles, a adoção da gestão de custos em saúde para equilibrar qualidade e controle financeiro.
Esse é um tema recorrente que vem atraindo o interesse de várias esferas atuantes na saúde. Tanto o setor privado quanto o público visam, mais do que nunca, controlar os gastos para otimizar os custos da Medicina. Isso afeta todos os níveis do atendimento, passando por clínicas, hospitais e operadoras de planos de saúde.
Para atingir esse equilíbrio, um conhecimento aprofundado em gestão de custos é fundamental. Por isso, neste artigo, separamos os conceitos gerais que regem esse ramo que, cada vez mais, se aproxima da Medicina. Falaremos sobre o seu significado e quais os benefícios e impactos na prática médica. Boa leitura!
O que é gestão de custos?
Definimos gestão de custos como o conjunto de processos que visam controlar os investimentos de uma entidade. Como o próprio conceito de custo engloba qualquer intercâmbio de produtos ou serviços humanos, a gestão de custos pode se adequar às mais diversas situações.
Entretanto, é preciso restringir nossa visão conceitual à área da saúde. Como sabemos, a atenção médica requer recursos financeiros para se manter atuante. E essa necessidade não é pequena: o mercado farmacêutico global, por exemplo, cresce exponencialmente. Além dele, diversos outros custos podem ser citados — materiais para procedimentos, salários de profissionais e infraestruturas físicas entram nessa conta.
Por esse motivo, a gestão de custos tem o objetivo de direcionar os esforços financeiros para onde eles são mais proveitosos. Dependendo da estratégia e dos objetivos do negócio, o investimento pode pender para localização, marketing ou infraestrutura física. Uma fato, no entanto, é imprescindível: se as despesas extrapolarem as receitas, qualquer empreendimento fecha as portas. Por esse motivo, essa gestão é tão importante. E essas questões também se aplicam à gestão de cooperativas de saúde.
Quanto mais recursos são investidos, mais necessário esse processo se torna. Custos hospitalares, por exemplo, levam em consideração variáveis complexas e abstratas. É por isso que a capacitação médica tem investido constantemente na educação continuada. Nesse caso, áreas que parecem tão distantes da Medicina são, na verdade, obrigatórias para o seu funcionamento.
Quais são os benefícios da gestão de custos?
Uma vez à frente da gestão de custos de sua instituição, o profissional ganha, sem dúvidas, grandes responsabilidades. Se bem gerido, um setor financeiro pode levar qualquer nível de atenção à saúde a novos patamares.
Para entender como isso pode ser feito para otimizar a qualidade da assistência, tomemos como exemplo a auditoria médica. Ela é a principal ferramenta de uma operadora de planos de saúde para fiscalizar as solicitações de procedimentos. Sem as auditorias, a gestão de custos perde o controle dos investimentos, que podem ser mal gastos com solicitações desnecessárias ou fraudulentas. Evitando o retrabalho e o desperdício de recursos, é possível aplicar os investimentos onde eles trarão melhores resultados.
Como a gestão de custos impacta negócios em saúde?
Quando falamos em assistência à saúde, não nos restringimos ao profissional médico. Clínicas, consultórios, hospitais, planos de saúde e serviços públicos também estão envolvidos. Cada ator da rede de cuidado tem a sua própria gestão de custos, seja ela formal ou não. Em vista disso, é de se esperar que as dinâmicas dessa prática também influenciem a relação entre esses agentes.
Já mencionamos um dos exemplos mais claros dessa interface: as auditorias médicas. No entanto, a gestão de custos também afeta a maneira como os médicos e redes de saúde se relacionam.
Para a realização de processos que abrangem a rede de saúde, como no caso das auditorias médicas, não basta apenas conhecer os aspectos técnicos da profissão. Dúvidas e procedimentos especiais podem surgir no meio do caminho, envolvendo, por exemplo, processos judiciais ou institucionais.
Por causa disso, um gestor de custos deve conhecer vários ramos da assistência, da legislação a aspectos técnicos médicos. Apenas dessa maneira ele conseguirá agir de maneira ativa, resolvendo os problemas do serviço, em vez de optar pela conduta passiva, quando só age quando é comandado. Logo, a especialização pode ser o melhor caminho para quem pretende seguir essa carreira.
Quais são os erros mais comuns na gestão de custos?
A gestão de custos, como qualquer outra área técnica, não é isenta de erros. Afinal, ela é baseada em planejamento e projeções, tendo que lidar com a flutuação financeira do mercado. No entanto, se você atentar aos erros mais comuns, poderá percebê-los antes que sejam cometidos e otimizar ainda mais a sua gestão.
O primeiro deles é não considerar o planejamento como um pilar principal da gestão de custos. Um profissional liberal, em seu consultório médico, lida com isso constantemente. Caso ele não planeje os seus gastos, é possível que o negócio perca competitividade e apresente resultados insatisfatórios.
O segundo erro mais comum é não seguir o planejamento. Não adianta o orçamento ser muito bem delimitado se ele não sair do papel. Por isso, é necessário que ele seja flexível (para não quebrar na primeira flutuação) e que o profissional o consulte periodicamente.
Devemos citar também os casos em que o profissional conta com dinheiro que ainda não recebeu. É importante recordar que imprevistos podem ocorrer, envolvendo auditorias, inadimplências ou atrasos. Portanto, um bom orçamento mantém os pés no chão e gasta apenas o dinheiro que já tem garantido.
A gestão de custos em saúde vem ganhando cada vez mais popularidade. Além de trazer maior estabilidade aos consultórios privados, ela é útil no contexto público e para as operadoras de planos de saúde.
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