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- Equipe de cuidados paliativos: por que ela deve ser multidisciplinar?
Uma pessoa portadora de doença grave e ameaçadora da vida merece assistência humanizada e de cuidados amplos, o que envolve a integração de diversos conhecimentos que acrescentarão mais vida aos seus dias e não só mais dias a sua vida. Nesse sentido, ter uma equipe de cuidados paliativos faz toda a diferença em uma instituição de saúde.
A prática começou a ser adotada na Inglaterra e nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil na década de 1980. Desde então, novos cursos e serviços estão sendo desenvolvidos para que os pacientes recebam uma atenção completa e digna.
Mas por que esse tipo de cuidado envolve tantos profissionais? Neste post, apresentamos a importância do caráter multidisciplinar de uma equipe de cuidados paliativos. Continue a leitura e saiba também as vantagens de se especializar na área!
O que são cuidados paliativos?
Cuidados paliativos são todos aqueles oferecidos para um paciente em estado grave ou com uma doença terminal. O objetivo é minimizar o sofrimento causado pela condição debilitada, resultando em mais conforto e alívio.
Esses cuidados são um desafio, tendo em vista que não se tratam apenas de sintomas físicos. Uma pessoa com um problema grave, sobretudo nos casos em que não há expectativa de cura, sofre também com os aspectos psicológicos, sociais e, inclusive, espirituais da doença.
Sendo assim, faz-se necessário um tratamento multidisciplinar, que envolva o paciente e também os familiares para que esse momento seja de alívio do sofrimento e ressignificação da vida. Para tanto, além do médico responsável, o ideal é contar com uma equipe de cuidados paliativos composta por profissionais de diferentes especialidades.
Dessa forma, a equipe multidisciplinar de cuidados paliativos deve ter qualificação técnica, empatia, preparação física e psicológica para lidar com as situações, atuando com humanidade e compaixão. A função é complexa e exige treinamento aprofundado.
Quem compõe uma equipe de cuidados paliativos?
Na verdade, qualquer profissional da área da saúde pode fazer parte de uma equipe de cuidados paliativos. Para isso, é preciso saber se relacionar com os pacientes e seus familiares, oferecendo um atendimento humanizado e de qualidade em sua área de atuação.
No entanto, um especialista em cuidados paliativos é um profissional diferenciado, preparado para lidar com os sintomas, os problemas emocionais e psicológicos vividos pelo paciente.
Nesse contexto, podem se especializar em cuidados paliativos:
- médicos;
- enfermeiros;
- farmacêuticos;
- nutricionistas;
- psicólogos;
- dentistas;
- fisioterapeutas;
- terapeutas ocupacionais;
- fonoaudiólogos;
- assistentes sociais etc.
A dedicação à área é importante para oferecer um cuidado direcionado e, também, para coordenar e orientar o trabalho da equipe paliativista. Por sinal, é importante destacar que a multidisciplinaridade não significa um atendimento segmentado. Pelo contrário, o ideal é que esses profissionais possam se complementar, de modo a oferecer uma visão holística sobre o estado de cada paciente. Por isso, podem ser incluídos na equipe até mesmo outros profissionais, como capelães e musicoterapeutas, desde que se alcance o objetivo da assistência.
Qual é a importância desse caráter multidisciplinar?
A área da saúde é bastante ampla e diversificada. Não é para menos, tendo em vista que as pessoas passam por uma infinidade de problemas de saúde que podem prejudicar o bem-estar físico, psicológico e emocional. Ainda que o médico seja o principal responsável pelo tratamento de doenças, sozinho ele não daria conta de tratar tantos fatores relacionados.
Afinal, a saúde e o bem-estar das pessoas vão muito além da condição física. Em uma doença debilitante como o câncer, por exemplo, o paciente pode sentir muito mais os efeitos colaterais do tratamento, como o emagrecimento e a perda de cabelo. A falta de perspectiva de cura, principalmente, pode trazer danos psicológicos e emocionais que só contribuem para a piora do quadro geral.
Desse modo, além de um médico, é fundamental o acompanhamento de um enfermeiro, que pode aplicar o tratamento e oferecer mais conforto aos pacientes; um nutricionista pode recomendar uma alimentação mais adequada; já os fisioterapeutas podem ajudar a reduzir dores; e os dentistas podem minimizar os efeitos colaterais na região bucal, algo comum em muitas doenças; os psicólogos e terapeutas ocupacionais podem tratar a depressão, a fuga da realidade e outros problemas que costumam acometer os pacientes.
As atuações acima citadas são algumas possibilidades de cuidado. Independentemente da composição da equipe de cuidados paliativos, os paliativistas devem zelar pela dignidade do indivíduo que se encontra vulnerável pela doença, com respeito a sua autonomia. As prioridades são definidas pelos pacientes, de acordo com suas crenças e valores pessoais, e as decisões são compartilhadas de modo honesto e claro.
Por que se especializar na área?
Como dissemos, diversos profissionais podem fazer parte de uma equipe de cuidados paliativos e a capacitação na área é um grande diferencial, especialmente diante de todos os desafios vivenciados no cotidiano desse tipo de cuidado e das próprias condições socioeconômicas do país.
O momento de transição demográfica e epidemiológica pelo qual o Brasil passa exige um aprofundamento dos conhecimentos relacionados às doenças neoplásicas, crônicas e degenerativas. Além disso, o crescente envelhecimento da população deve levar a um cenário complexo, no qual cada vez mais pessoas serão acometidas por doenças incuráveis e debilitantes.
Nessa realidade, os cuidados paliativos ainda são algo recente no País e existem poucos profissionais especializados nessa modalidade assistencial, tornando urgente a necessidade de capacitação. Por isso, é necessário um conhecimento técnico, mas, principalmente, que considere os princípios éticos, de justiça e beneficência, que devem nortear as decisões de uma equipe multidisciplinar.
Pensando nessas necessidades, o curso de Pós-graduação em Cuidados Paliativos pondera as demandas do cotidiano de cuidado integral dos pacientes e seus familiares. Também proporciona estudo direcionado da teoria e da prática para complementar a formação original, dando suporte para que o profissional de saúde disponha das ferramentas necessárias para lidar com as condições de uma doença terminal ou evolutiva.
Portanto, se você tem interesse nesse tipo de cuidado, continue se informando sobre o assunto e considere se especializar para se dedicar à área.
Gostou de saber a importância de uma equipe multidisciplinar de cuidados paliativos? Como você acredita que esses profissionais podem contribuir para o atendimento de saúde? Deixe sua resposta nos comentários abaixo!
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