Afinal, o que é medicina integrativa?

Publicada 31/10/2018

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde não está relacionado somente à ausência de doenças e sim a uma condição de bem-estar físico, mental e social. É justamente seguindo essa ideia que surge a Medicina Integrativa.

Essa vertente é a prática da Medicina que enxerga o paciente de forma global, fazendo com que ele seja o agente principal de sua própria saúde. O tratamento é feito não só pelo médico, mas também por uma equipe multidisciplinar e une conhecimentos da Medicina convencional com terapias integrativas, como acupuntura, fitoterapia, homeopatia, meditação etc.

Quer saber com mais detalhes o que é a Medicina Integrativa, seus princípios e as abordagens terapêuticas utilizadas? Acompanhe este post e entenda essa forma de tratamento!

Quais são os princípios da Medicina Integrativa?
O direcionamento do tratamento nessa abordagem considera os aspectos físicos, mentais, emocionais e sociais do paciente, ou seja, ele é tratado de forma integral e participa ativamente da própria saúde. A ideia é tratar a doença, mas também reequilibrar o organismo visando a prevenção.

O resultado é o equilíbrio interior, redução do estresse, alívio de alguns sintomas, consciência corporal, bem-estar, entre outros. Além disso, o paciente ganha confiança na recuperação e cura.

Pacientes que realizam quimioterapia, por exemplo, podem se beneficiar de técnicas de relaxamento para reduzir o estresse e ansiedade, além de orientação nutricional para diminuir os efeitos colaterais do tratamento.

Acompanhe abaixo os princípios da Medicina Integrativa:

  • o médico assume um papel de parceiro do paciente no tratamento;
  • os aspectos de prevenção e promoção da saúde recebem atenção especial;
  • a base do trabalho observa as demandas do paciente e respeita sua autonomia;
  • o plano de tratamento, que combina práticas convencionais e terapias complementares, é individualizado para cada paciente;
  • as terapias são direcionadas para assistir o paciente de forma integral;
  • os métodos utilizados devem ser naturais, não invasivos e efetivos sempre que for possível;
  • o paciente tem responsabilidade por sua saúde e processo de cura, por isso é orientado a reconhecer, administrar e reduzir momentos de estresse em sua vida;
  • a alimentação tem papel importante no tratamento, por isso os pacientes recebem orientação nutricional;
  • fatores sociais e ambientais têm um peso importante no processo de adoecimento;
  • os direcionamentos sobre o tratamento são compartilhados por todos os profissionais de saúde envolvidos.

A prática já é realizada no Brasil?
A Medicina Integrativa vem se disseminando nos Estados Unidos e já está presente em mais de 60 centros universitários acadêmicos do país — como Harvard.

No Brasil, a prática já foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) — que conta com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, criada em 2006.

O SUS já disponibiliza, por exemplo, fitoterapia, homeopatia, acupuntura e até Tai Chi Chuan como complemento aos tratamentos convencionais.

Resistência
A práticas terapêuticas utilizadas na Medicina Integrativa vem ganhando, aos poucos, evidências científicas, mas ainda têm dificuldades em expandir o seu uso porque esbarra em médicos mais ortodoxos, que enxergam muitas das abordagens terapêuticas como placebo.

Quais são as suas abordagens terapêuticas?
A Medicina Integrativa é realizada por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais. Ela utiliza terapias que tenham comprovação científica, sejam da Medicina convencional ou de práticas tradicionais — como a Medicina milenar oriental — sempre respeitando as demandas e limites de cada paciente.

Além disso, antes de direcionar o tratamento com o uso de alguma terapia, é feita uma análise crítica pela equipe a fim de constatar se determinada prática realmente é indicada para o paciente e merece ser incorporada em seu tratamento.

Mas é preciso salientar que a boa prática tem o cuidado de complementar o tratamento convencional, e não substituí-lo (por isso não se utiliza o termo Medicina alternativa). Assim, a recomendação é que o paciente sempre informe seu médico sobre as terapias complementares que está realizando.

Confira abaixo algumas das abordagens terapêuticas utilizadas na Medicina Integrativa:

Acupuntura
Prática milenar chinesa que utiliza agulhas em pontos específicos do corpo para ajudar a combater dores crônicas na cabeça, costas e também relacionadas à artrite, por exemplo.

Homeopatia
Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1980, a homeopatia faz uso de doses extremamente pequenas de agentes e de seu substrato energético com o objetivo de estimular o organismo a promover a própria cura.

Fitoterápicos
A terapia utiliza o que a natureza oferece para curar o corpo, combatendo dores, processos inflamatórios, problemas gastrointestinais e respiratórios.

O próprio SUS faz uso da fitoterapia nas práticas complementares de saúde e oferece 12 extratos de plantas, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em suas unidades básicas de saúde.

Técnicas de respiração
Controlar a entrada e saída de ar do corpo pode ajudar a combater a ansiedade e ataques de pânico, complementando, assim, o tratamento com medicamentos. Exercícios respiratórios podem, ainda, combater a insônia e melhorar os níveis de pressão arterial.

Meditação
A prática que tem como objetivo fazer o indivíduo se desconectar do ambiente pode reduzir os níveis de ansiedade e estresse, agir no controle da dor, além de proteger o organismo de diversas doenças.

Musicoterapia
A música consegue atuar no sistema límbico, alterando o padrão de ondas cerebrais e liberando substâncias relaxantes e analgésicas.

Assim, a técnica pode ser eficaz no combate ao estresse, ansiedade, depressão, ajudar na recuperação de cirurgias e ser utilizada ainda como terapia para pacientes dentro do transtorno do espectro autista (TEA).

Ayurveda
Tem origem na Medicina milenar indiana e busca equilibrar corpo e mente com práticas como massagem, meditação e uso de determinados alimentos e plantas.

Uma nova abordagem na promoção da saúde e tratamento de doenças — assim é a Medicina Integrativa, que propõe um resgate das práticas médicas antigas sem abrir mão de todos os avanços da Medicina convencional. Busca, portanto, tratar o paciente de forma única e integral, utilizando os benefícios de terapias que tenham evidência científica.

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