Saiba mais sobre gestão de cooperativas de saúde

Publicada 11/01/2019

O conceito de cooperativa vai além de um modelo de negócio. Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), trata-se de uma instituição formada por pessoas em prol de um objetivo comum — em que todos são donos e trabalham buscando o desenvolvimento econômico e social.

Apesar de apresentar características peculiares, é fundamental que se realize uma gestão eficiente da cooperativa, ainda mais quando se trata de cooperativas da ramo saúde. O gestor precisa encontrar o equilíbrio entre qualidade, produtividade e sustentabilidade financeira, e por isso é tão importante o conhecimento especializado.

Quer entender melhor como funciona a gestão de cooperativas de saúde? Confira nosso post!

Como funcionam as cooperativas de saúde?
A cooperativa facilita a inserção de um segmento profissional no mercado. "No caso da saúde, médicos de várias especialidades entram no mercado por meio de uma cooperativa, a qual pode comercializar planos de saúde", explica Pablo Murta Baião Albino, professor da Faculdade Unimed e da Universidade Federal de Viçosa.

Muitas pessoas pensam o cooperativismo é um modelo de negócios que paga menos impostos no Brasil, porém isso é um mito. "A cooperativa tem de ser vinculada como lucro real, portanto paga toda a tributação em carga máxima. Porém, ela dilui as despesas que seriam de um único médico para todos os médicos cooperados", detalha Albino.

Outra vantagem da cooperativa é agregar vários profissionais de diversas áreas da saúde. "A Unimed, por exemplo, conta com vários profissionais, o que permite um leque amplo de atendimento. Assim, ela pode ter uma oferta maior de serviços em seus planos de saúde", destaca o professor.

Qual é a importância da gestão no sistema de saúde?
Fazer a gestão na área da saúde é um desafio, afinal, trata-se de um negócio que cuida da saúde das pessoas, envolve diferentes setores e custos altos. Assim, qualquer erro pode comprometer credibilidade, segurança e sustentabilidade do negócio.

A gestão eficiente exige a adoção de estratégias e planos adequados. "Passa pelo amplo conhecimento dos processos e características do cooperativismo, do ramo saúde, da cadeia produtiva e de seus stakeholders. É importante, ainda, entender práticas de gestão, como planejamento estratégico e orçamentário, marketing e gestão de pessoas", enfatiza Albino.

Por que as cooperativas de saúde precisam de uma gestão eficiente?
O professor da Faculdade Unimed fala sobre as dificuldades de gerir cooperativas de saúde que comercializam planos de saúde. "Quanto menos o plano for usado, mais recursos sobrarão no caixa da cooperativa. Por outro lado, o cooperado/médico recebe o valor/hora pela quantidade de atendimentos que faz. Por isso, temos que trabalhar em uma gestão eficiente. A cooperativa tem de atuar como empreendimento, com orçamento, estratégia e gestão de pessoas", destaca Albino. 

As Unimeds, exemplifica o professor, fazem um trabalho voltado para a comunidade muito interessante nesse sentido, com incentivo e realização de campanhas de prevenção e promoção da saúde. "Quanto mais saudável estiverem os clientes, melhor para a cooperativa".

As cooperativas de saúde enfrentam, ainda, uma concorrência acirrada com várias operadoras de planos de saúde. "É uma concorrência com atores de portes diferentes em um mercado bastante exigente", esclarece Albino.

Qual é o papel do gestor em saúde?
Dessa maneira, o gestor em saúde precisa estar muito preparado e possuir capacidade de liderança para gerenciar processos que envolvem clientes/beneficiários, colaboradores, médicos cooperados,e tantas outras pessoas com cobranças diferentes. "É preciso habilidade para lidar com os envolvidos no negício, seja com o médico seja com o cliente, que pode, por exemplo, reclamar que está pagando muito", afirma Albino.

Além disso, o profissional deve ter uma visão estratégica para entender esse mercado complexo e dinâmico, suas demandas — como a questão do envelhecimento populacional —, além de saber lidar com o planejamento orçamentário. "É importante conhecer o negócio e os pormenores da cooperativa, ser competitivo e entender os aspectos relativos ao mercado para definir as estratégias adequadas a cada situação", salienta o professor.

Exigências da ANS
O gestor que atua na cooperativa de saúde precisa, ainda, estar atualizado quanto às normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula o mercado brasileiro de operadoras de plano de saúde. "A ANS muda muito as regras, como limites mínimos de valores cobrados. Se a gestão não estiver atenta, pode haver multas pesadas e, assim, ser engolida por uma concorrente do mercado", alerta o professor.

Quais são os ganhos de se especializar nesta área?
A Faculdade Unimed oferece o curso de pós-graduação em Gestão de Cooperativas Aplicadas ao Sistema de Saúde, com carga horária de 396 horas. É uma formação com conteúdo programático teórico e prático para que o gestor consiga oferecer um serviço de qualidade e com segurança aos usuários.

O aluno aprende finanças, contabilidade, Direito do consumidor, aspectos legais, políticas empresariais, gestão de pessoas e marketing. 

Albino destaca que há um mercado muito vasto para o gestor de cooperativas no Brasil. "Existem mais de 6,6 mil cooperativas no País. Cada uma tem, no mínimo, 20 donos (quantidade mínima de pessoas para formar uma cooperativa). Assim, é importante saber lidar com pessoas e traçar estratégias para dezenas ou centenas de donos. Em uma visão de futuro: como desenhar uma estratégia que contemple pediatras e anestesistas?", questiona.

Além disso, a demanda por planos de saúde cresceu bastante no País. "A Unimed, por exemplo, é a maior rede de assistência de saúde privada no Brasil. É Top of Mind (na categoria plano de saúde) há mais de 7 anos seguidos", acrescenta o professor.

Um campo com boas perspectivas profissionais é, sem dúvida, o de gestão de cooperativas de saúde. E uma pós-graduação nessa área pode oferecer boas oportunidades no mercado de trabalho, dado que há carência de gestores especializados para lidar com os desafios do setor.

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